15/06/2016

Comemorações das Bruxas #6: Yule, O Nascimento do Deus Sol.


De 20 a 23 de Junho será Yule (pronuncia-se "iúle")! Vamos falar sobre o solstício de celebração do inverno, o qual nos referimos como Yule. Há diversas maneiras de celebrá-lo. Não há uma regra universal, então daremos apenas sugestões e falaremos sobre alguns mitos e curiosidades sobre esse Sabbath.
Se você não sabe o que é um Sabbath ou a Roda do Ano, clique aqui.
Também clique aqui para ler sobre a ceia de Yule!
No hemisfério sul, comemora-se em 21/23 de junho, e no hemisfério norte comemora-se em 20/23 de dezembro (sim, Yule é o famoso natal encorporado pelo cristianismo, mas isso é pra outra hora).
VAMOS ao super post!

Yule é comemorado há gerações por mais de cinco mil anos e possui muitos nomes: Midwinter, Saturnalia, Alban, Solstício de Inverno, Yuletide, Alban Arthan, Feill Fionnain, Jul, Fionn’s Day, Festival do Sol. Esse Sabbath marca a noite mais longa no inverno. Depois disto, os dias começam a durar mais tempo e o Sol retorna no próxima celebração.
É uma celebração de esperança. O Deus Sol está na barriga da Deusa e vai nascer.

Nas tradições pagãs em geral, é simbolicamente o renascimento do Deus pelo ventre da Deusa, o ciclo da criação completando mais uma etapa. A Deusa precisa se recuperar e manter-se introspectiva até que o Deus tenha autonomia para iluminar os céus, assim como a natureza segue se recuperando do inverno e deveria também para nós ser um período de repouso, de desacelerar o ritmo e cuidar das estruturas em todos os sentidos. É comum a diversas tradições que este período seja a data de nascimento de suas divindades mais significativas, o Natal colocado como nascimento de Jesus, foi definido para se ajustar à roda do ano assim como muitos símbolos pagãos que foram adaptados aos costumes cristãos.

Os símbolos tradicionais dessa celebração são os elementos mais resistentes deste período e que continuam provendo sustento como as frutas secas, nozes e alimentos de grande concentração de caloria e fácil conservação bem como bebidas quentes como o vinho.

Na Europa antiga era comum celebrar este dia com a Fogueira de Yule para celebrar o retorno da luz. Depois de queimar completamente, as cinzas da fogueira deveriam ser espalhadas pelo campo para que o sol fertilizasse a terra na chegada da primavera.



Em Yule é tempo de reencontrarmos nossas esperanças, pedindo para que os deuses rejuvenesçam nossos corações e nos deem forças para nos libertarmos das coisas antigas e desgastadas. É hora de descobrirmos a criança dentro de nós e renascermos com sua pureza e alegria.

Coloque flores e frutos da época no altar. Se quiser, pode fazer uma árvore enfeitada, pois está é a antiga tradição "pagã", onde a árvore era sagrada e os meses do ano tinham nomes de árvores. Esta é a noite mais longa do ano, onde a Deusa é reverenciada como a Mãe da Criança Prometida ou do Deus Sol, que nasceu para trazer Luz ao mundo. Da mesma forma, apesar de todas as dificuldades, devemos sempre confiar em nossa própria luz interior.

A Luz: o tema central do Yule é o retorno da Luz. Geralmente as comemorações são feitas no pôr-do-sol e muitas vezes duram toda a noite.

O Sol: o sol está voltando! A Senhora da Lua é a representação da Deusa nesse Sabbath, e o Sol é a representação do Deus. Seu calor está retornando para o mundo! Ele nasceu e o clima é de esperança, todas as criaturas sobreviverão ao inverno.

Dar e receber: este é um momento perfeito para mostrar o apreço às divindades. Dê-lhes oferendas como forma de agradecimento por suas bênçãos ao longo do ano. Também presenteie seus amigos e familiares.

Morte do Rei do Azevinho: Um dos dois aspectos do Deus Chifrudo é O Rei do Azevinho, um homem de cabelos brancos que se veste de vermelho e dirige uma equipe de renas (alguém sabe quem ele poderia ter inspirado nos dias modernos? hehe). Essa é a sua última noite, seu último passeio antes de morrer (ou retornar a um castelo no interior da terra/céu dependendo da sua fé).

Nascimento do Rei do Carvalho: O Rei Carvalho é um símbolo dos poderes crescentes da Natureza, regendo o ano do solstício de inverno até o solstício de verão. Este é o período do ano em que a Natureza vai em direção à sua renovação. Geralmente a imagem que se tem do Rei Carvalho é a de um lenhador, usando uma grinalda de folhas de carvalho ao redor da cabeça.
Normalmente ele é descrito com uma árvore e vários animais da floresta ao seu lado. 

(fotografia por Ysambre)

Mito do Rei do Carvalho e do Rei do Azevinho

Este mito divide a roda do ano em duas metades, a metade de Luz presidida pelo Rei Carvalho e a metade escuridão pelo Rei Azevinho.
Os Dois são Irmãos gêmeos e consortes rivais pelo o amor da Deusa, que preside sempre aos combates consciente que a Roda sempre continua a girar.
Nos seis primeiros meses do ano, é o Rei Carvalho (Luz) que preside no trono, com dias de Sol e quentes que vão crescendo até ao solstício de verão, onde já cansado, trava uma batalha ritual com o seu irmão Rei Azevinho (escuridão), que o mata e toma o seu lugar no trono, trazendo os dias mais curtos, onde a sombra instala-se com seu manto de frio.
Em Yule o Rei Carvalho que durante os seis meses sombrios pode repousar, revigorar-se e regenerar-se, regressa do outro mundo meses depois e reclama o seu trono.
Trava-se mais um combate ritual entre os dois irmãos e o Rei Carvalho, derrota o Rei Azevinho. E assim reina por mais seis meses dando continuidade ao circulo que se repete continuamente.
O rei Carvalho e o rei Azevinho são na realidade uma representação do próprio Deus Cernunnos que enquanto deus Carvalho revela-nos o aspecto de renascimento da Luz e enquanto Rei Azevinho revela o seu aspecto de morte, de escuridão.
Algumas versões da lenda representam o Rei da Luz pelo Veado e o rei das sombras pelo Lobo.

(tora de Yule)

Para fazer em Yule

Aqui estão alguns costumes desse Sabbath. Lembrando que também estão inclusos os costumes do Natal, celebração que os cristãos roubaram de nós. Você pode erguer a árvore e enfeitar, fazer a ceia, presentear os amigos e os familiares, fazer guirlanda etc.

Fazendo uma Tora de Yule (Yule Log)

Uma Tora de Yule tradicionalmente é feita de carvalho, mas qualquer outro tronco de árvore pode substituí-lo. Antigamente era utilizado para proteger a casa. A tora do ano anterior era queimada na lareira, enquanto uma nova era decorada e colocada no lugar da antiga.

Para fazer uma Tora de Yule você vai precisar de:
- Uma fita vermelha, uma fita verde e uma fita dourada;
- Ramos verdes;
- Uma tora de madeira

Enfeite a tora com ramos verdes e amarre-os com as fitas vermelha, verde e dourada.
Enquanto enfeita a tora, peça à Deusa que o seu lar seja protegido e abençoado.
Guarde-a em um lugar de destaque em sua casa até o ano seguinte, no qual ela deverá ser queimada e substituída por uma nova.

Tora de Yule Alternativa (a tora da foto acima)

Esta Tora de Yule é ideal para enfeitar o Altar na celebração do Sabbat.
Você precisará de:
- Uma vela branca, uma vela preta e uma vela vermelha;
- Fitas verdes, vermelhas e douradas;
- Ramos verdes;
- Um tronco fino de aproximadamente 30 cm e com três furos subsequentes ao longo da madeira.

Enfeite o tronco com as fitas e com os ramos verdes. Coloque uma vela em cada furo.
Coloque a Tora de Yule sobre o Altar e acenda as velas como parte de cerimônia do Sabbat.


Laranja com Cravos

Esse costume é para decorar o altar e deixar um aroma delicioso no ambiente.
A laranja é associada a abundância, fertilidade e prosperidade. E o cravo tem a energia do fogo e da prosperidade.

Vai precisar de:
- uma laranja;
- muitos cravos.

Espete um monte de cravos na laranja, você pode fazer desenhos, tais como pentagrama, um sigilo, um símbolo etc, ou simplesmente espetar aleatoriamente! E pronto, viu como é fácil?



  • Se você não tem um caldeirão, e se não pode acender uma fogueira ao ar livre, cozinhe! ^^
  • Ofereça às divindades alguns desses alimentos e costumes: pães (depois podem ser enterrados na terra), vigílias à luz de velas para dizer adeus ao Rei do Azevinho, vendo o sol nascer para dizer olá para o Rei do Carvalho. Dar presentes de carne, pão, vinho, ou biscoitos (lembre-se, o Deus gosta de doces).
  • O que realmente importa aqui é o que é melhor e mais fácil para você. Se você quiser ir para fora e arranjar um ramo de uma árvore em particular então faça! Se você encontrar e pegar o primeiro pedaço de madeira que se deparar, agradeça à Deusa e use!




Curiosidades
  • Os costumes modernos que estão associados ao dia cristão do Natal, como a decoração da árvore, o ato de pendurar o visco e o azevinho, queimar a acha de Natal, são belos costumes pagãos que datam da era pré-cristã (O Natal, que acontece alguns dias após o Solstício de Inverno e que celebra o nascimento espiritual de Jesus Cristo, é realmente a versão cristianizada da antiga festa pagã da época do Natal).
  • A queima da acha de Natal originou-se do antigo costume da fogueira de Natal que era acesa para dar vida e poder ao sol, que, pensava-se, renascia no Solstício do Inverno. Tempos mais tarde, o costume da fogueira ao ar livre foi substituído pela queima dentro de casa de uma acha e por longas velas vermelhas gravadas com esculturas de motivos solares e outros símbolos mágicos. Como o carvalho era considerado a árvore Cósmica da Vida pelos antigos druidas, a acha de Natal é tradicionalmente de carvalho. Algumas tradições wiccanas usam a acha de pinheiro para simbolizar os deuses agonizantes Attis, Dionísio ou Woden. 
  • Pendurar visco sobre a porta é uma das tradições favoritas do Natal, repleta de simbolismo pagão, e outro exemplo de como o Cristianismo moderno adaptou vários dos costumes antigos da Religião Antiga dos pagãos. O visco era considerado extremamente mágico pelos druidas, que o chamavam de "árvore Dourada". Eles acreditavam que ela possuía grandes poderes curadores e concedia aos mortais o acesso ao Submundo. Houve um tempo em que se pensava que a planta viva, que é na verdade um arbusto parasita com folhas coriáceas sempre verdes e frutos brancos revestidos de cera, era a genitália do grande deus Zeus, cuja árvore sagrada é o carvalho. O significado fálico do visco originou-se da ideia de que seus frutos brancos eram gotas do sêmen divino do Deus em contraste com os frutos vermelhos do azevinho, iguais ao sangue menstrual sagrado da Deusa. A essência doadora de vida que o visco sugere fornece uma substância divina simbólica e um sentido de imortalidade para aqueles que o seguram na época do Natal. Nos tempos antigos, as orgias de êxtase sexual acompanhavam freqüentemente os ritos do deus-carvalho; hoje, contudo, o costume de beijar sob o visco é tudo o que restou desse rito.
  • A tradição relativamente moderna de decorar árvores de Natal é costume que se desenvolveu dos bosques de pinheiro associados à Grande Deusa Mãe. As luzes e os enfeites pendurados na árvore como decoração são, na verdade, símbolos do sol, da lua e das estrelas, como aparecem na árvore Cósmica da Vida. Representam também as almas que já partiram e que são lembradas no final do ano. Os presentes sagrados (que evoluíram para os atuais presentes de Natal) eram também pendurados na árvore como oferendas a várias deidades, como Attis e Dionísio.
  • Outro exemplo das raízes pagãs das festas de Natal está na moderna personificação do espírito do Natal, conhecido como Santa Claus (o Papai Noel) que foi, em determinada época, o deus pagão do Natal. Para os escandinavos, ele já foi conhecido como o "Cristo na Roda", um antigo título nórdico para o Deus Sol, que renascia na época do Solstício de Inverno.

Correspondências

Cores: vermelho, verde, branco e cores metálicas.
Incensos: camomila, sândalo, cravo, mirra, canela.
Pedras: olho de tigre, quartzo transparente,  esmeralda, rubi, granada, quartzo rosa.
Ervas/plantas/flores/árvores (tanto para enfeitar o altar/casa, quanto para queimar ou colocar na comida): pinha, carvalho, visco, azevinho, louro, sálvia, cedro, pinho, camomila, avelã, canela, noz-moscada, açafrão, gengibre.
Comidas e bebidas: maçã, gemada, biscoitos, bolos, cidra, porco, legumes assados, vinho, cerveja, laranjas, peras, peru assado, nozes, bolos de fruta, pães, ameixa, melão, uvas.
Animais: veados, renas, esquilos, búfalo branco, lobo, urso.
Criaturas místicas: Trolls, Fênix, Duendes, Gnomos, Fadas das neves,
Carta de Tarot: A Temperança - Arcano Maior 14
Elemento: Terra
Planeta: Júpiter
Deuses: recém nascidos, Mithra, Adonis, Apollo, Deus Cornudo, Hélios, Greenman, Lugh, Ra, Rei Carvalho, Odin, Dyonisio, Attis, Saturno, Cronos, Horus, Jesus, Balder, Santa Claus, Sol Invicta, Janus, Marduk, todos os deuses solares.
Deusas: Isis, Athena, Hathor, Hecate, Ixchel, Minerva, Démeter, Gaea, Diana, Brigid, Belisama, Artémis, Arianrhod, Skuld, Aradia, Selena, Sulis, Jeanne d'Arc, Daphne, Gwenhwyfar, Blodeuwedd, Rhiannon-Epona, Befana, Holda, Maria, Tonazin, Lucina, Bona Dea, Eva, Rainha das Neves, Hertha, Freya… Todas as Deusas virginais, das neves, do frio e deusas Mães.
Runas: Perthro, Algiz, Sowilo.


Comemorando Yule

Use sua vassoura mágica para "varrer" (não encoste no chão!) toda a energia negativa do local. 

Material necessário:
- Uma vela dourada;
- Uma vela branca;
- Uma vela verde;
- Uma vela vermelha;
- Folhas de louro;
- Um sino;
- Taça com vinho.

Fixe a vela dourada no interior do seu Caldeirão.
Disponha a vela vermelha do lado direito do seu Altar, a vela verde do lado esquerdo e a branca ao centro. Trace o Círculo Mágico e então diga:

"Hoje, invoco os poderes do Espírito da luz.
Uno minha força mágica à energia da Criança da Promessa para que o Sol renasça.
Acenda a vela vermelha e diga:
Com esta vela eu honro todos os espíritos do Fogo."

Acenda a vela verde e diga:

"Com esta vela eu honro todos os espíritos da Natureza.
Acenda a vela branca e diga:
Com esta vela eu celebro o Espírito do Inverno."

De pé, diante do caldeirão, contemple seu interior. Diga estas palavras:

"Não me aflijo, embora o mundo esteja envolto em sono
Não me aflijo, embora os ventos gélidos soprem
Não me aflijo, embora a neve caia dura e profunda
Não me aflijo, logo isto também será passado."

Acenda a vela do caldeirão. Enquanto as chamas crepitam, diga:

"Acendo este fogo em sua honra, Deusa Mãe.
Você criou vida a partir da morte; o calor do frio;
O sol vive novamente; o tempo de luz está crescendo.
Bem-vindo, Deus solar que sempre retorna!
Salve, mãe de Tudo!"

Eleve os seus braços aos céus e diga:

"Pelo chifre e pela luz
Celebro e dou boas-vindas à Criança da Promessa,
ao Sol renascido que nasce entre os vales, rios e montanhas.
Seja bem-vinda, Criança Divina."

Medite sobre o Sol, sobre as energias ocultas que adormecem durante o inverno, não apenas na Terra, mas em nós mesmos. Pense no nascimento não como o início da vida, mas sim como sua continuação.
Dê as boas-vindas ao retorno do Deus.
Após algum tempo, pare e, novamente de pé diante do altar, diga:

"Grande Deus do Sol,
Saúdo o Teu retorno.
Que brilhes sobre a Deusa;
Que brilhes sobre a Terra,
Espalhando as sementes e fertilizando o solo.
A Ti todas as bênçãos,
Ó Renascido do Sol!"

Pegue as folhas de louro e macere-as em suas mãos, fazendo um pedido à Deusa e ao Deus Sol. Coloque-as no Caldeirão junto com a vela.
Toque o sino por três vezes e diga:

"Abençoados sejam a Deusa e o Deus que giram mais uma vez a Roda da Vida.
Dou as boas-vindas a Yule e celebro o movimento eterno da Natureza.
Que a luz do Deus brilhe e que todos sejam por ela."

Eleve a Taça de vinho, dizendo:

"Eu bebo este vinho em homenagem à Deusa e à Criança do Sol."

Beba o vinho e faça a oferenda alimentícia. Cante e dance em homenagem aos Deuses.
Quando terminar, destrace o Círculo.

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