09/07/2016

Tarô: um primeiro contato com as cartas.

(arte de Sophie Bryant-Funnell)

Oráculos costumam fazem parte do cotidiano das bruxas, seja ele qual for. No meu caminho como bruxa que teve que esconder suas práticas durante muito tempo, eles foram fonte de autoconhecimento, força interior e esperança. E o Tarô é um oráculo particularmente especial pra mim. Muito mais que um simples jogo de baralho, suas cartas podem mostrar os fatos por um viés que desconhecemos, indicar caminhos, possibilidades e ajudar na solução de problemas - inclusive questões simples do dia a dia.
Iniciamos aqui uma série de postagens sobre Tarô que espero ser de ajuda pra quem está começando ou quer começar seus estudos sobre esse oráculo.

Começando do começo: Tarô ou Baralho Cigano?
Existem diversos tipos de baralhos com os mais diferentes nomes e finalidades (Tarô do Amor, Tarô dos Anjos, Egípcio…). A maioria deles é inspirada no Tarô de Marselha, o jogo clássico de 78 cartas divididas entre arcanos maiores e menores - que no Brasil só perde em popularidade, eu acho, para o Baralho Cigano (também conhecido como Tarô Cigano, inspirado no Petit Lenormand e que é formado por 36 cartas com ilustrações inspiradas em imagens cotidianas, com numeração e simbologia próprios). Ainda se utiliza bastante também o baralho comum, usado em jogos de carteado como truco e buraco, no qual geralmente são feitas equivalências e adaptações baseadas no tarô de Marselha.



(Tarô de Marselha)

Como escolher?
Na minha opinião, a melhor forma de escolher um baralho é a identificação que você sente com ele. Visual, linguagem, aquele que tiver o conjunto que te deixa mais confortável, aquele com o qual você sente mais ligação. Mas não é preciso ter um baralho específico para começar a treinar, é possível usar o que se tem em mãos ou até mesmo confeccionar seu próprio baralho (uma ideia bem bacana para quem curte DIY ou gosta de exercitar os dotes artísticos). Eu comecei usando o baralho comum e depois de algum tempo de estudo e prática comprei meu primeiro Tarô. Com o tempo fui comprando outros baralhos. Gosto de usar baralhos diferentes para tiragens diferentes.
É preciso ter em mente também outros aspectos na hora de escolher o baralho que você vai usar. Tempo de estudo que você pode dedicar, por exemplo. A linguagem e simbologia variam de baralho para baralho, o que muitas vezes exige estudo e dedicação em níveis diferentes. Pra citar os mais conhecidos e utilizados, o Tarô de Marselha é completamente diferente do Baralho Cigano, por exemplo. Ele tem uma outra abordagem, uma linguagem mais complexa simbolicamente falando e exige um conhecimento mais aprofundado dos significados das imagens (arquétipos). De forma geral, leva muito mais tempo pra dominar a leitura e interpretação do Tarô do que do Baralho Cigano, que tem uma “dinâmica de leitura” que eu considero mais leve e intuitiva.


(arte deKolauri)

Estudar? Por onde começar?
Como pra tudo na vida - e na bruxaria também, ler e interpretar oráculos exige estudo e prática constante. Algumas pessoas possuem dons que facilitam bastante o processo, mas num geral tem a ver com estudo e treino mesmo. No caso do Marselha, uma ideia bacana é começar estudando as figuras e seus significados, ir se familiarizando com termos e conceitos, fazendo anotações nas lâminas e treinando com jogos para si mesma usando tiragens mais simples, com menos cartas - isso também vale pra quem for usar o baralho comum. No caso do Baralho Cigano o processo é mais simples, é possível ir aprendendo na prática fazendo tiragens tendo em mente as figuras e seus significados. Mas para fazer uma leitura que vá além da superficial é preciso aprender a relacionar e interpretar conjuntos de cartas estabelecendo relações entre elas - o que também costuma ter relação com a bagagem intuitiva e os códigos da pessoa que está realizando a leitura. Os baralhos ciganos vendidos no Brasil geralmente vem com um pequeno manual com o número e nome das figuras e seus significados (Alguns baralhos de Tarô de Marselha também, mas isso costuma não ser suficiente pra quem quer fazer uma leitura profunda e assertiva).
Existe bastante material introdutório (e bom) sobre Tarô de Marselha na internet. Para quem está começando eu recomendo o Clube do Tarô, que considero o mais completo. Pra quem gosta de estudar com livro na mão boas opções são os clássico O Tarô de Marselha, do Paul Marteau e Tarô Clássico, do Stuart R. Kaplan.
Uma abordagem mais atual e bem bacana é a do Jean Carlos Camilo, no seu Curso Completo de Tarô (aceitamos sugestões de material bacana elaborado por mulheres). Dá pra encontrar edições em pdf desses livros no Google.
Importante lembrar que não é preciso ter dons mediúnicos ou usar magia pra realizar uma leitura. Mas pela minha experiência, realizar rituais mágicos antes de iniciar uma tiragem faz muita diferença. No próximo post vamos falar sobre rituais para energizar o baralho e para tirar cartas, além de modelos de tiragens - também teremos uma série paralela falando dos arquétipos e seus significados.

Há algo mais que você gostaria de saber antes de começar a estudar e ler as cartas? Deixe sua pergunta ou dúvida nos comentários :)


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