02/03/2016

Quem é o Deus Cornífero?

(arte de Jodie Muir)

O Deus Cornífero é o Deus fálico da fertilidade. Geralmente é representado como um homem de barba com cascos e chifres de bode ou cervos. Ele é o guardião das entradas e do Círculo Mágico que é traçado para o ritual começar. É o Deus Pagão dos bosques, o Rei do Carvalho e senhor das matas. É o Deus que morre e sempre renasce. Seus ciclos de morte e vida representam nossa própria existência.
Ele nasce da Deusa, como seu complemento e carrega os atributos da fertilidade, alegria, coragem e otimismo. Ele é a força do Sol, que nasce e morre todos os dias, ensinando aos humanos os segredos da morte e do renascimento.

Segundo os mitos pagãos, o Deus nasceu da Deusa, cresceu e se apaixonou por ela. Ao fazerem amor a Deusa engravida e quando chega o inverno, o Deus Cornífero morre e renasce no ventre da Deusa, quando Ela dá a luz. Para a maioria das pessoas pode parecer incestuoso quando se diz que o Cornífero seja filho e consorte da Deusa, deve-se lembrar de que é um simbolismo, esse mito contém em si os próprios ciclos da natureza, onde no verão o Deus é tido como forte e vigoroso, no outono Ele envelhece, morre no inverno e renasce na primavera. Todas as coisas vieram do ventre da Grande Mãe, inclusive o próprio Deus e por isso à Ela deve nascer e voltar.

O culto ao Deus Cornífero surgiu entre os povos que dependiam da caça, por isso Ele sempre foi considerado o Deus do animais e da fertilidade, e ordenado com chifres, pois os mesmos sempre representam a vitalidade e a ligação com as energias do Cosmos.

O Deus Cornífero representa a luz e a escuridão, a imortalidade e a morte, é o amante e o filho da Deusa, o Senhor dos cães selvagens e dos animais. É ele que nos desperta para a vida depois da morte. Representa o Sol, eternamente em busca da Lua e seus chifres simbolizam as meias-luas, a honraria e a vitalidade.

Muitos Deuses antigos como Baco, Pã, Fauno, Dionísio, Quíron, Cernunos, Odin entre outros, foram representados usando chifres.
O Deus Cornífero fertiliza todas as coisas existentes na Terra, já que Ele é o próprio Sol.
A Grande Mãe e o Deus Cornífero representam juntos as forças vitais do Universo.


A imagem do Deus Cornífero na bruxaria é radicalmente diferente de qualquer outra imagem de masculinidade em nossa cultura. Ela é difícil de ser compreendida, pois Ele não se encaixa em nenhum dos esteriótipos esperados, nem aqueles referentes ao homem "machão". Ele é suave, carinhoso e encorajador, mas é ao também o Caçador. Ele é o Deus Moribundo, mas a sua morte está sempre a serviço da força vital. Ele é sexualidade indomada, mas sexualidade como um poder profundo, sagrado e unificador. 
Ele é o poder do sentimento e a imagem do que os homens poderiam ser, se estivessem libertos das correntes da cultura patriarcal que eles mesmos criaram.


O Cornudo, O Rei da Colheita

Fala o Deus:
Sou o radiante Rei dos Céus,
inundando a Terra com calor e estimulando
a semente oculta da criação a se manifestar.
Ergo minha lança brilhante para iluminar
a vida de todos os seres
e diariamente despejar meu ouro sobre a Terra,
afugentando as forças das trevas.

Sou o mestre dos animais selvagens e livres.
Corro com o ágil alce e pairo com o falcão
sagrado contra o céu cincilante.
Os antigos bosques e lugares silvestres
emanam meus poderes,
e as aves do ar cantam minha santidade.

Sou também a última colheita,
oferecendo meus grãos e frutos à foice do tempo
para que todos possam se alimentar.
Pois sem plantio não há colheita;
sem inverno
nao há primavera.

Cultue-me como o Sol da Criação
de milhares de nomes,
o espírito do gamo chifrudo na floresta,
a colheita infinita.
Veja no ciclo anual e festivais
meu nascimento,
morte e renascimento - 
E saiba que este é o destino de toda criação.

Sou a centelha da vida,
o sol radiante,
aquele que traz paz e descanso,
e envio meus raios de bênção para
aquecer os corações e fortalecer as mentes de todos.



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