Os círculos são lugares poderosos para realizar trabalho espiritual e curativo. Podemos atrair para baixo as energias celestiais da Lua, planetas e estrelas, e atrair para cima os vastos fluxos de vida que emanam do interior da Mãe Terra. É um templo bem definido, embora nem sempre seja físico.
Ele tem origem antiga, versões dele eram utilizadas na velha magia babilônica. Magos cerimoniais da Idade Média e da Renascença também o utilizavam, bem como muitas tribos indígenas, apesar de o fazerem por motivos diferentes.
Há dois tipos principais de círculos mágicos (há muitos outros tipos, obviamente). 1) Aqueles usados por magos cerimoniais antigos (e atuais), que são feitos para proteger o mago das forças que ele mesmo gera. 2) Na Bruxaria Moderna, o círculo é utilizado para criar um espaço sagrado no qual os humanos encontram a Deusa e o Deus - essas forças arquetípicas que nunca morrem - e em alguns rituais atraímos para baixo o poder do Deus e da Deusa, e assim nos convertemos neles. Cantando, dançando ou tocando ritmadamente tambores, a nossa consciência ordinária desloca-se e altera-se, e a nossa percepção torna-se mas centrada nos deuses.
Na Europa pré-cristã, a maioria dos festivais religiosos do paganismo acontecia ao ar livre. Eram celebrações ao Sol (Sabbats), à Lua (Esbbats), às estrelas e à fertilidade da Terra. As pedras erguidas (como Stonehenge), círculos de pedras, bosques sagrados e fontes cultuadas da Europa são resquícios desses antigos dias.
Os ritos pagãos passaram à obscuridade na época de sua proibição pela nova e poderosa igreja católica. Nunca mais os prados ouviram as vozes cantando os nomes dos deuses solares, e a lua passava sem adoração pelos céus noturnos.
Os pagãos tornaram-se reservados quanto a seus ritos. Alguns os praticavam ao ar livre somente sob a proteção da escuridão. Outros adaptaram-se a ambientes fechados.
Hoje em dia não há uma proibição formal, mas muitas pessoas sofrem com a escolha religiosa se não for a dominante da região onde moram. Em um país com predominância cristã, templos pagãos e terreiros sofrem com ataques, e as pessoas são machucadas.
Quando uma pessoa pagã não puder se enveredar num local isolado da natureza para praticar seus ritos (ao ar livre os feitiços podem ser mil vezes mais eficazes por serem ao ar livre), seja por medo de sofrer ataques, seja pelo clima, há a possibilidade de transformar suas salas e quartos em locais de poder. Criando um espaço sagrado, um ambiente mágico no qual as deidades são acolhidas e celebradas. Esse espaço sagrado é o Círculo Mágico.
O círculo define a área ritual, retém o poder pessoal, isola energias perturbadoras, cria uma atmosfera apropriada para os ritos. Permanecer dentro do círculo mágico, observando o brilho das velas no altar, aspirando o perfume do incenso e entoando antigos nomes é uma maravilhosa experiência evocativa.
Ele é construído com poder pessoal o qual é sentido e visualizado saindo do corpo, através do punhal mágico (athame), e rumo ao ar. Também pode ser construído usando as mãos ao ar, delimitando um círculo em volta de si. Quando completo, o circulo é uma esfera de energia que engloba toda a área de trabalho.
Algum tipo de marcação é feito no solo para mostrar onde o círculo está na Terra. Pode ser marcado por:
- um barbante que forme um círculo;
- um leve círculo riscado com giz; ou
- objetos depositados de modo a indicar seus limites, como flores, conchas, pedras, cristais de quartzo ou velas. Use objetos que ativem sua imaginação e estejam em sintonia com o ritual que fará.
- também pode desenhar com giz vários símbolos e runas em volta do círculo.
O círculo tem a medida confortável para o pagão ficar em seu centro, embora muitas tradições delimitem nove pés de diâmetro. Meu quarto é pequeno, então faço o círculo do tamanho que me é agradável e útil.
Os pontos cardeais (norte, sul, leste e oeste) são em geral assinalados com velas ou com os instrumentos rituais a eles correspondentes. Há também bruxas que chamam os guardiões de cada direção, os seres elementais.
- Norte: pentagrama, ou pote com sal, ou pote com terra. Esse é o domínio da terra, o elemento estabilizador, fértil e nutritivo que é a base dos outros três. Também representado pelos elementais gnomos.
- Leste: incensário com incenso fumegante ou incenso de varetas. Lar do elemento intelectual, o Ar. É o elemento da mente, da comunicação, do movimento, da adivinhação e da espiritualidade ascética. Também representado pelos elementais silfos.
- Sul: uma vela, ou uma lâmpada a óleo, ou um pedaço de lava vulcânica.Representa o Fogo, o elemento da transformação, da paixão e da mudança, do sucesso, da saúde e da força. Também representado pelos elementais salamandras.
- Oeste: cálice ou pote com água para representar a Água, o último dos quatro elementos. A Água é o domínio das emoções, da mente psíquica, do amor, da cura, da beleza e da espiritualidade emocional. Também representado pelos elementais ondinas.
Antes de tudo, precisamos purificar o espaço que usaremos com os quatro elementos: terra, ar, fogo e água. Arrume no chão os instrumentos que usará para a demarcação, de acordo com as direções, e vá caminhando ao redor da área que se tornará o círculo mágico, em direção horária. Enquanto percorre a trajetória do círculo, diga: "Pela água e pela terra, pelo fogo e pelo ar, pelo espírito, seja este circulo amarrado e purificado. Assim seja".
Antes de começar, desligue o telefone, certifique-se de que ninguém vai lhe interromper, pois o círculo será quebrado caso você saia sem fechá-lo.
Feito o círculo, faça seu ritual, chame as deidades de sua escolha e bom ritual!
Ao terminar, agradeça aos deuses, aos elementos (ou elementais) e feche o círculo, visualizando-o desfazendo-se em direção anti-horária.
*observações:
- Há MUITAS formas de se abrir o círculo mágico, basta escolher o que mais lhe convém.
- Animais não interferem, não há problema se um de seus bichinhos invadir o círculo.
Legal!
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